Um local de alguma cultura, mas também alguma estupidificação, como é revelador ter chegado aos quase 50 anos sem ler o D.Quixote do Cervantes, o próprio, depois de ter perdido tanto tempo a ler tanta treta...Já agora, fale-se aqui muito de Angola...E do resto,desde que não pessoalizem quem não é figura publica como é o meu caso e o meu ocaso!
segunda-feira, março 23, 2009
Em Março de 1961...

ERa assim que abria qualquer serviço noticioso na Emissora Nacional nesses tempos de má memória de 1961...
Com o Ferreira da Costa a debitar triunfos atrás de triunfos e a reforçar que "Rádio Moscovo não fala verdade", lá se ia cantando e rindo...
“Monólogo e Exposição”
“Mas não puxei atrás a culatra,
não limpei o óleo do cano,
dizem que a guerra mata: a minha
desfez-me logo à chegada.
Não houve pois cercos, balas
que demovessem este forçado.
Viram-no à mesa com grandes livros,
com grandes copos, grandes mãos aterradas,
Viram-no mijar à noite nas tábuas
ou nas poucas ervas meio rapadas.
Olhar os morros, como se entendesse
o seu torpor de terra plácida.
Folheando uns papéis que sobraram
lembra-se agora de haver muito frio.
Dizem que a guerra passa: esta minha
passou-me para os ossos e não sai.”
Fernando Assis Pacheco em “Câu Kiên: um Resumo”, Lisboa 1972
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A ilustração é a capa de um disco que contém o hino colonialista “Angola É Nossa”, com música de Duarte Pestana e letra de Santos Braga. A interpretação é do Coro e Orquestra da FNAT (Federação Nacional para a Alegria no Trabalho).
Para o reime tratava-se de um hino patriótico, criado após a célebre frase de Salazar: “Para Angola, ràpidamente e em força”
Cortesia de “Ié-Ié”
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