Um local de alguma cultura, mas também alguma estupidificação, como é revelador ter chegado aos quase 50 anos sem ler o D.Quixote do Cervantes, o próprio, depois de ter perdido tanto tempo a ler tanta treta...Já agora, fale-se aqui muito de Angola...E do resto,desde que não pessoalizem quem não é figura publica como é o meu caso e o meu ocaso!
terça-feira, março 17, 2009
A Fama e o Proveito / Texto de Eugénio Ferreira na apresentação do livro sobre seu pai!
Habitamos o planeta terra e somos componentes da sua sociedade mais complexa e mais desenvolvida até alguém nos demonstrar o contrário. Como tal, buscando uma das milhares de invenções da humanidade - a matemática - podemos desde logo fazer uma regra três simples , uma equação do segundo grau a uma incógnita ou uma simples combinação, para chegarmos á conclusão prematura de que a sociedade humana,tem condições para transformar a hierarquia global entre sociedades que C. Darwin só descobriu há menos de dois séculos – e que alguns loucos , de tempos a tempos , tentam projectar nas suas aldeias - naquilo que os utilizadores de religiões que mais engendraram historicamente pati farias conhecidas , chamam paraíso .
Por isso, esta história “ aldeã “ de ser angolano ou haitiano , chinês ou sueco , aus traliano ou da Mongólia , só lá vai se a humanidade criar as condições materiais mínimas , para que cada humano – antigamente através de gerações e agora , por vezes , com um simples clique de um botão de computador - ,não viva , por sistema , a chegar à conclusão de que a vida é soma de equívocos que se reduz à existência de santos, diabos e malabaristas na arte de conviver .
Há 40 anos, diziam alguns que era por moda , a luta de uns aldeãos – ricos e pobres - por um lugar ao sol na rota do Atlântico – sul , em nome de injustiças verdadeiras , foi resolvida na ba se da reivindicação de que havia por aí uma identidade especial e que a única forma de resolver a questão particular - a deles serem eles mesmos - , só tinha lógica se virássemos o mundo ao contrário . Paco Ibañez cantava : Era uma vez um príncipe mau, uma bruxa moça, um pirata honrado , e todas estas coisas só “existiam“ para que acontecesse um mundo melhor . Inver tendo os termos da equação descobria a forma mais hábil de conseguir uma transformação de sejada .
Assim,numa luta titânica entre produtores e difusores,inventores e aproveitadores, construtores e destruidores , completados por tarefeiros - alguns deles tornados novos senhores do mundo material ! – chegou-se à conclusão de que , consoante a aldeia em que vivemos , só há 1 mo mento em que fama e proveito se articulam e se sentem no paraíso .
É quando a história começa a descrever descobertas e a revelar factos impossíveis de serem desmentidos , sob o risco de , pelo esforço , nada nesta vida humana fazer sentido.
É quando a história ajuda a demonstrar, que em tempos de pedra lascada , entre muitas combi nações e arranjos matemáticos , pode haver diferença principal entre um bandido que de facto fica com fama de distribuidor de benesses e um herói que corre o risco de ser conhecido , por vezes durante muito tempo , como bandido .
É , em suma , quando a história deste planeta pode demonstrar :
1º que o “ inferno“ e o “ purgatório“podem andar por aí a esboçar-se quotidianamente, porque sendo a perfeição extra-terrestre , há os que defendem que o caos e a barbarie devem ser espa lhados pelos “rebanhos“ para que só os “guias” vivam organizadamente em paz e harmonia ;
E
2º que o ”paraíso” pode vir a existir por absoluta necessidade de construção humana e de vontade em dar um sentido humano ao acaso que é a vida das sociedades descoberta por C.Darwin .
Tenho dito
Luanda , 19 de Março de 2009 .
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